Revolução silenciosa: bem-vindos à Sociedade 5.0

Muito falamos a respeito de como e quanto a tecnologia anda surgindo em várias camadas das nossas vidas: seja no trabalho, seja no entretenimento, no bem-estar, na mobilidade seria quase impossível listar aqui todas as camadas transformadas nos últimos tempos bem pertinho dos nossos olhos, movidos por nossso smartphones.

O mundo ainda está se adaptando: muitos são os desafios rumo a Indústria 4.0 ( “Quarta Revolução Industrial” é a expressão que engloba algumas tecnologias para automação e troca de dados e utilizando conceitos de Sistemas ciberfísicos, Internet das Coisas e Computação em Nuvem )

Mas no Japão, as coisas estão mais à frente: você já ouviu falar na  Sociedade 5.0?

Trata-se de uma evolução que promete colocar o mundo ao nosso favor e reposicionar as tecnologias que criamos em nosso próprio benefício, visando melhorar a qualidade de vida. Ou seja, enquanto a Indústria 4.0 está centrada essencialmente, nas fábricas, a Sociedade 5.0 coloca o ser humano no centro da #inovação e transformação tecnológica.

Como citei no primeiro parágrafo, se notamos em camadas tão próximas de nós o avanço das novas tecnologias ressignificando a maneira como pesquisamos, consumimos e observamos o mundo, a sociedade precisa compreender e se tornar mais adpatável.

Em abril de 2016, o governo japonês decretou o 5º Plano Básico de Ciência e Tecnologia, um projeto que tem como intuito promover a inovação e a internacionalização. E um dos pontos desse plano, é justamente o desenvolvimento de uma sociedade comum, para uma sociedade super inteligente, a sociedade 5.0!

No último dia 15 de Agosto de 2019, tive a oportunidade de acompanhar o evento “Socidade 5.0 – Vamos discutir como a tecnologia vai beneficiar as nossas vidas” no Bunkyo São Paulo ( Sociedade Brasileira de Cultura e Assistência Social ) organizado com a parceira da JCI Brasil

Com a palestra da Profª. Emérita da Universidade Hitotsubashi de Tokyo, Yoko Ishikura ( com um currículo de encher os olhos de orgulho, ela é membro do “Fórum Econômico Mundial” especialista em Network, diretora executiva da Shiseido Company e Sekisui Chemical )

Em sua brilhante apresentação, ela compartilhou o conceito de Sociedade 5.0. Ela visa levar mais sentido para vida das pessoas por meio de tecnologia.

“Afinal, tecnologia por si só não entrega valor”

Portanto “as pessoas precisam estar no centro”, disse a especialista durante a palestra. Yoko citou alguns exemplos da transformação digital com foco na Sociedade 5.0: os rôbos estão nas linhas de montagens da indústria japonesa, os carros autônomos já estão sendo testados, os drones sendo utilizados para logística, o setor financeiro cada vez mais adpatado e centrado em prover melhores experiências para seus clientes e “democratizando” o acesso de pessoas ao sistema financeiro para escolher onde e como investir seu dinheiro, muito são os exemplos.

Yoko ainda destacou um dos principais “problemas” que a sociedade japonesa atravessa: o envelhecimento acelerado da população. Com esse “desafio” nas mãos iniciou-se um verdadeiro planejamento que fez nascer a iniciativa 5.0, com o intuito de transformar a sociedade como um todo — empoderando não só idosos — mas toda a população a obter uma vida mais inclusiva, justa e que respeite o estilo de vida de todos os cidadãos.

Na palestra do CEO do Google Brasil, Fábio Coelho, um overview sobre como o mundo onde estão acontecendo as transfromações em todo o mundo, permeada por todo avanço tecnológico e digital.

“Quando falamos de máquinas e pessoas, há muito medo. No início do século passado, havia o medo de que os robôs escravizariam os humanos. Nós acreditamos numa complementaridade”

Em linhas gerais Fábio nos trouxe exemplos práticos de como e porque precisamos repensar a #educação: “Hoje se estuda uma maneira de não precisarmos de medicamentos. Você engole uma pílula que, durante 30 dias, registra todos os seus sinais vitais e os transmite para o celular. À medida que você vê os sinais se alterando, o nível de açúcar ou de colesterol no sangue, por exemplo, consegue agir, mudar o comportamento para corrigir “ — ou seja, estará nas mãos de qualquer um de nós a possibilidade de auto-gerenciar os cuidados com a própria saúde.

Ele destacou a necessidade urgente do Brasil, em desenvolver tecnologia para não perder competitividade, o que passa por integrar a tecnologia no sistema educacional do país

“Talvez nossa maior missão seja garantir que os jovens brasileiros tenham acesso a essa tecnologia. Mas, para isso, precisamos ensinar Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática, a educação STEAM”  (na sigla em inglês) para que as crianças sejam apresentadas, sensibilizadas e possam gostar desse tipo de trabalho e tenhamos uma geração que saiba programar, que entenda de inteligência artificial e esteja melhor adaptada ao futuro que vem por aí!

A nova era da Sociedade 5.0 passa pela compreensão de que tudo no futuro estará conectado e que a sociedade terá que ser adaptável. 

Ikigai | Qual o seu propósito de vida?

Quando falamos em humanos no centro, precisamos nos lembrar que somos seres únicos, com suas vivências, experiências e jornadas acumuladas na vida. Com a tecnologia permeando e melhorando nossas experiências cotidianas a ressignificação dos trabalhos, novos modelos de gestão profissional ( e arrisco dizer com nós todos pensando muito menos em “emprego dos sonhos” mas em trabalhos sustentáveis ) nosso bem-estar deverá passar a ganhar cada vez mais espaço.

Tanto Yoko quanto Fábio, finalizaram suas apresentações nos brindando com o diagrama que representa o “Ikigai”

 

O Ikigai tem origem em Okinawa, conjunto de ilhas localizadas ao sul do Japão onde sua população possui uma expectativa de vida média bastante alta, maior até mesmo que os padrões japoneses. Acredita-se que uma vida com propósito seja 1 dos motivos que levam parte dos moradores a ultrapassarem os 100 anos de idade. Encontrar o sentido da sua vida faria você seguir em frente e o manteria constantemente motivado. 

Ou seja, podemos desenvolver e criar novas tecnologias, substituir e ressignificar as jornadas de trabalho, mas se no fim não dedicarmos atenção para as PESSOAS, talvez nada disso faça o menor sentido.

Concluo esse texto com uma da frase, que levo junto as minhas apresentações relacionadas a Inovação e Tendências e que conheci assistindo uma palestra da CEO da IBM , Ginni Rometty ( adaptada por mim 🙂  

“O importante não é dominar e conhecer todas as tecnologias 

Mas sim, saber o que fazer com elas”

Como você está se preparando e enxergando esse #futuro?

Abraços,